Era para escrever na caixa de comentários mas achei que o tema merecia uma maior reflexão. Irrita-me ver as discussões absurdas e infantis que povoam este blog não raramente. Os últimos dois jogos da minha equipa levaram a que reflectisse um pouco mais acerca do papel da D-League e do porquê da sua existência. Acima de tudo, esta pseudo-guerrinha Quintas-Postiga devia levar a que os próprios olhassem para o seu próprio umbigo. A D-League parece ser a competição de duas pessoas. Os outros são figuras menores a quem, de quando em vez, é permitido um pouco de reconhecimento e protagonismo. Já experimentaram perguntar às outras equipas e respectivos jogadores se estão satisfeitos? Eu digo abertamente: não estou. Se os outros estiverem então sou eu que estou a mais.
E passo a explicar porquê:
- Não tenho paciência nem vontade para gastar gasolina e tempo para depois ter que aturar birras.
- Não tenho paciência nem vontade para estar num jogo em que se passa mais tempo a reclamar e a discutir as decisões de árbitros do que com a bola nos pés.
- Não tenho paciência nem vontade para ver um campeonato que devia ser de diversão e de convívio a ser levado para o extremo estúpido da competitividade mesquinha.
- Não tenho paciência nem vontade para fazer parte de guerrinhas pessoais. Não me interessa se marco mais golos que tu, se faço a finta do Cristiano Ronaldo e tu não, se o carro do meu pai anda mais que o do teu. Interessa-me estar com os meus amigos e colegas ou ex-colegas e fazer algo de que gosto: jogar à bola.
- Não tenho paciência nem vontade para discussões se são 9 ou 10 ou 30 ou 40. Podiam ser 10 ou 100..a Taça será assim tão importante? Para mim não.
Tenho é pena que os outros jogadores e equipas não se insurjam contra o modo com esta D-League está a decorrer. Muito bem organizada, sem faltas de comparência, tudo bem. Mas o ambiente é pesado, as pessoas parecem estar a jogar sob brasas. Os jogos parecem ser um vulcão à espera do segundo certo para entrar em erupção. Isso entristece-me. Faz-me perceber o estado do futsal actual. Se nem em jogos de amigos as pessoas conseguem respeitar-se, como querem que se evolua? De uma vez por todas, TENHAM CONSCIÊNCIA DA DIMENSÃO DAS COISAS!
E por fim, falando pelo pessoal de Jornalismo, espero que não sejamos um incómodo assim tão grande. É, sem dúvida, um privilégio poder participar nesta Liga, porque quer eu quer os meus colegas vivemos à margem da Faculdade de Letras. A óbvia proximidade com a FDUP leva a que isto seja possível. Ninguém tem noção de como é agradável para os meus colegas poderem participar neste torneio. A alegria, a possibilidade de se juntarem e conhecerem melhor fora das aulas...Faz sentido pela geografia académica.
Como remate final vos digo:
Se a D-League se transformar ou continuar a ser tudo aquilo para que não tenho vontade nem paciência, vou deixar de perder tempo com ela e ficar em casa que é muito mais cómodo. Comigo não contam para um campeonato da maldicência e lavagem de roupa suja. Confio que as pessoas sejam capazes de ter noção da importância (ou falta dela) competitiva deste torneio. Por isso, deixo o pedido: DEIXEM-NOS JOGAR À BOLA.